Quando a felicidade vem de lugares que não nos pertencem acabamos sempre por achar que apenas se trata de mais uma ilusão, de mais uma brincadeira que a vida decide colocar diante de nós.
Ilusão ou não acreditamos que esse pode ser o nosso lugar, ainda que da forma mais absurda e impossível ele se apresente. Queremos torná-lo nosso, adorná-lo com objectos que nos definem, resgatá-lo da sua própria realidade triste e fria e aproximá-lo da pessoa que somos. Queremos conquistá-lo, fazê-lo ficar e transformá-lo no nosso melhor refúgio.
Há lugares assim que não nos pertencem mas desejamos que pertençam, nem que o dia se esgote, que a vontade se anule e o destino comprove que ele nunca será nosso pertence.
Há lugares que são apenas uma passagem. Um dia ou outro eles acabarão por deixar de fazer parte do nosso caminho e, então aí, a nossa oportunidade voará. Sem destino ou sorte que o faça ficar, sem promessas de um dia voltar, o nosso lugar desaparecerá lentamente. É esse o sentido da ilusão. Algo que acreditamos fielmente mas que com o passar do tempo vai fraquejando e desvanecendo bem diante dos nossos olhos. Até ao dia em que nada mais exista para ser observado, só apenas aquilo que julgamos sentir e do qual não conseguimos nos libertar.

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