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sábado, 2 de abril de 2016
Dançavas pela rua e sorriste como se o tempo parasse e a música avançasse ao longo do teu corpo. Eras tu no maior dos encantos e ciente de que o mundo ainda tinha muito para te oferecer ainda que nem tudo corresse como planeado e desejado. Sabias estar. Sabias, sobretudo, ficar. Ficar para a vida que ansiavas viver e para os sonhos que temias não vir a construir. Mesmo assim permanecias, mesmo assim dançavas no meio da rua. Brilhavas e deixavas que os outros brilhassem contigo porque acreditavas que sem os outros não poderias ser muito mais do que um corpo monótono e vazio. Sabias que sem eles tudo perdia o sentido e a vida. Essa vida que corrias para viver e para saborear.
Mais tarde, percebi que era para eles que dançavas e por eles que ficavas. Não insistiam, só te mostravam todos os dias que desejavam a tua presença. Mas a única forma era pôr-te a dançar para que a luz não esmorecesse e o mundo pudesse ver quem eras.
E ainda que dançasses sozinha, a dança era mútua.
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