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quarta-feira, 15 de julho de 2015


Deixa-me acreditar que o tempo ainda existe para mim, que a força mesmo que não venha de mim pode vir daquilo que observo. 
Deixa-me conhecer o que o mundo tem, a vida que possui e o que me falta. 
Deixa-me aqui, longe e adormecida para o que insiste em correr atrás de mim sem permissão prévia. 
Deixa-me conhecer tudo isto que vejo pela primeira vez sem que nada nem ninguém perturbe o que cresceu para ser admirado. 
Não me deixes mas deixa que a natureza fale por mim em todas aquelas alturas em que não encontro mais palavras para o que sinto.
Não me deixes mas deixa que o mar leve metade daquilo que agora sou.
Deixa que o meu silêncio seja mais do que um vazio que se constrói à medida que o medo cresce. 
Deixa-me perceber que há mais aqui do que em qualquer outro lugar.
Deixa-me acreditar que vale a pena cada palavra pensada, cada lugar de inspiração, cada imagem criada daquilo que um dia espero viver. 
Deixa-me entregue ao pouco que ainda resta da vida.
E se mesmo assim precisar, deixa-me ir...mas nunca sozinha.

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