Páginas
domingo, 13 de dezembro de 2015
Aos poucos as pessoas deixam de sentir, de se importar umas com as outras, de perguntar o por quê do olhar caído, da expressão triste, do tom de voz nervoso e tímido. Aos poucos as pessoas cedem ao tempo e à distância. Perde-se o alimento que suporta o querer fazer parte e o estar presente, acabam por esquecer-se e a vida faz acontecer outras coisas. Outras pessoas. Outros momentos. Outras lembranças. Há quem chame de ciclos, outros de fases mas não vejo isso assim. É simplesmente a vida a fazer o que sabe. E a isso eu chamo viver. Viver de perto, sentir a passagem entre o ir ou ficar, olhar para trás e sentir que não se quer perder nada mas mesmo assim continuar em frente, segurar o corpo com o que não vemos e, no entanto, acreditar que está lá. Andar perdidos e acreditar que o encontro acaba por acontecer. Viver distantes mas mesmo assim conhecer cada sentimento e emoção ao pormenor. E outros aparecem. A vida repete-se em tempos e intensidades diferentes.
Aos poucos as pessoas deixam de sentir, aos poucos perde-se o que às vezes já nasceu perdido...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)

Sem comentários:
Enviar um comentário